James Macamo, Naila Taquidir e Radjha Ali são os artistas eleitos pela comissão de avaliação composta para o Programa de Apoio ao Desenvolvimento de Carreiras de Músicos Emergentes promovido pela XHUB com o objectivo de prestar assistência técnica e artística.
Os artistas vão beneficiar-se do programa que pretende contribuir para a profissionalização dos músicos emergentes que trabalham e vivem em Moçambique, através de um conjunto de acções de assistência técnica e artística nomeadamente: Criação de Web artística, Biografia profissionalizada, produção musical, assistência jurídica, assessoria de comunicação, residências artísticas e agenciamento.
Para o processo de selecção a XHUB compôs uma comissão de avaliação composta pelos conceituados Músicos Moçambicanos, Nelton Miranda e Xixel langa. E para a mentoria e processo de produção musical os três artistas selecionados trabalharam com Helio Beatz, Granda Beatz, Nelton Miranda e Xixel Langa.
Os Mentores já começaram a desenvolver os trabalhos com os artistas de tal forma que já planos de trabalhos desenhados que estão a ser cumpridos ligados com a produção musical, produção de biografias profissionais, desenvolvimento de competências relacionadas com o processo de produção musical e de busca comercialização das obras criativas nas plataformas de venda de músicas.
Os artistas envolvidos de forma sorrateira já começaram a assimilar os conhecimentos partilhados pelos mentores que visa contribuir para a projeção e consolidação de carreiras, bem como, ajudar no lançamento em um mercado musical mais sólido em Moçambique e estabelecer uma melhor conexão entre os principais intervenientes do sector e promover intercâmbio musical que será feito durante o trabalho na incubadora.
Breve Historial dos Selecionados
James Macamo
James Macamo é compositor, cantor e professor de música. Estudou na Music Crossroads Academy e na ECA-UEM. A sua carreira musical começou em 2016 quando mudou-se de Chibuto para Maputo. James Macamo tem 4 obras gravadas – Sorriso da Criança, wena u Xiluva, Kahlula ufika e Kupela Ka Jambu – das quais duas concorreram no Ngoma Moçambique 2019 e 2021.
Nas suas criações musicais, ele tem influências de R&B, Afro-Jazz, Bossa Nova, MPB e Reggae, contudo, quando estudou Etnomusicologia na Escola de Comunicação e Artes, descobriu que existem muitos estilos musicais nacionais que são poucos explorados pelos músicos da nova geração, daí que o seu intuito como músico mudou, agora ele quer firma-se no mercado musical trazendo essa diversidade musical do seu País nas suas obras, valorizando desta forma o que é genuinamente moçambicano. Por conseguinte na música Kupela Ka Jambu (o pôr do sol) ele faz uma fusão de três estilos musicais: Nganda – dança tradicional de Niassa, Afro-house da África do sul e Mapiko – dança tradicional de Cabo Delgado.
Naila Taquidir
Tendo iniciado a sua viagem musical desde pequena. A Naila vê e utiliza todo o conceito de criação como uma forma de terapia, explorando qualquer género que venha a tocar, mas tendo uma inclinação para o Pop e Soft Indie com um pouco de R&B, mas criando em qualquer género “fora da caixa”.
Durante os anos 2020-2021, quando se encontrava na Índia pelos estudos, fez uma participação com uma canção de sensibilização para o racismo intitulada “Shades of Us”. Ela também teve algumas actuações como convidada em alguns eventos da vida nocturna de Pune.
Nos últimos anos, a criação tem sido constante, com outros artistas estreantes e individualmente em projectos como “So eu e Tu”, “Orchid” e, mais recentemente, “Come Over”, que têm sido bem recebidos e deixam as pessoas a querer mais.
Actualmente, Naila, está a trabalhar no seu projecto pessoal que será lançado brevemente e conta com algumas participações promissoras.
Radjha Ali
Radjha Chabane Ali nasceu na década de 80 numa família de classe média em Nampula, concretamente no distrito de Muecate.
O seu mundo musical começa a se destacar em finais de 2004, quando participou da primeira edição do “Realty Show ” Fantástico Vodacom” onde foi escolhido como um dos candidatos para representar a província de Nampula.
Radjha admitiu em 2016 a Escola de Comunicação e Artes da Universidade Eduardo Mondlane para fazer o curso de licenciatura em música. Neste percurso académico, abriu-se novas janelas e oportunidade, de tal modo que, começou a trabalhar com diversos ícones da cultura e particularmente da música moçambicana, como: Roberto Chitsondzo, Hortêncio Langa, Steward Sukuma, Mingas, Rodária Silvestre, entre outros.
Antes da pandemia, em 2018, Radjha foi descoberto pelo seu gestor Paulo Borges numa cozinha de um Lodge em Inhambane cantando e posteriormente convidado para conversar no Café Bar Gil Vicente em Maputo, local que grandes laços, assinaturas de contratos de gravação e de actuação foram registados.
No ano de 2020, na época em que a pandemia da Covid-19 estava em pico em todo o mundo, venceu o concurso “VOZES QUE ENCANTAM” que era promovido pelo programa Moçambique em concerto da TV Sucesso apresentado pelo Gabriel Júnior, como o melhor artista e caracterizado como artista completo.
Por: Gil Gune