O projecto Marimba representado pela Khuzula lançou recentemente, no Camões – Centro Cultural Português em Maputo o livro “Marrabenta: Um Património Cultural Moçambicano!”, por sinal, o primeiro produto cientifico do projeto Marimba que versa sobre género musical.
O evento contou com a presença da Diretora-Adjunta do ARPAC em representação da Ministra da Cultura e Turismo, Director geral da Khuzula, Embaixador de Portugal, Chefe de Cooperação da União Europeia em Moçambique, Autores do Livro Marrabenta, embaixador do projecto Marimba em moçambique Stewart Sukuma, académicos, Investigadores, Escritores e amantes das artes e letras.
O livro é composto por artigos assinados por Marílio Wane, Victor Chibanga e Agnelo Navaia e de forma póstuma por João Vilanculo e Horténcio Langa. A obra é uma reflexão sobre a Marrabenta, que se tornou um dos símbolos culturais de Moçambique com maiores debates sobre a sua origem e criação, associado a localização geográfica.
Debater Marrabenta, foi o desafio que o Instituto de Investigação Sócio-Cultural (ARPAC) propôs aos artistas, estudiosos e o público em geral, para participarem activamente numa investigação sobre a origem e evolução deste género musical, que até então, mesmo constituindo importante património cultural e até considerado identidade moçambicana, no entanto não existiam livros até o princípio desta produção científica que teve seu início em 2011 em vários cantos de moçambique e com maior enfoque na zona sul de moçambique.
A apresentação do livro “Marrabenta: Um Património Cultural Moçambicano!” foi realizada pelo Rui Laranjeira, que, por sinal, tem um livro que também versa sobre mesma temática lançado em 2014. Na sua apresentação, Laranjeira, destacou que este é um trabalho que vem a catapultar a ciências musicais nacionais porque desta vez a “Marrabenta é descrita numa perspectiva de origem e evolução, numa acção que envolveu estudiosos de diversas áreas, investigadores culturais, artistas e amantes deste estilo musical, para dar a conhecer uma investigação sobre este ritmo acompanhado duma dança ao seu estilo característico”.
Numa outra perspectiva vincou que a questão sobre quem inventou a marrabenta ainda constituirá vários e forte debates porque a obra apresar de fazer a apresentação clara sobre a fusão das expressões culturais Xingombela, Magikha, Moda xikavalo, Xissaizani, Xiparatwani e outros ainda continua sem uma resposta clara e que indica o seu criado, conclui laranjeira.
O sentimento de satisfação com o lançamento do Marrabenta foi manifestado pelo director da Khuzula, Paulo Chibanga, durante o seu discurso que se centrou no papel bastante importante desenvolvido pelos pesquisadores que apresentam o ensaio sobre o maior género musical e mais discutido.
A publicação do livro MARRABENTA: UM PATRIMÓNIO CULTURAL MOÇAMBICANO! nos enche de orgulho como parceiros e representantes da Marimba, pois é o culminar de um trabalho abnegado de pesquisadores moçambicanos preocupados com a documentação da história cultural do nosso país, destacou Chibanga.
Paulo Chibanga concluiu destacando que há “consciência que a presente obra não encerra o debate sobre a história da Marrabenta e todo o seu processo de evolução. Contudo, estamos seguros que iniciamos um debate importante sobre a necessidade de não se silenciar essa história”.
O ensaio “Marrabenta! Um Património Cultural de Moçambique” partilham os vários tons por onde a Marrabenta penetra e se deixa influenciar para que se torne um género musical que pode ou não unir os moçambicanos, tudo derivado da perspetiva e dos filtros do leitor e do apreciador deste género musical. «Marrabenta! Um Património Cultural Moçambicano», é uma obra, com enfoque na etnomusicologia moçambicana, cumprindo assim um dos objetivos do projeto Marimba.
O projeto Marimba é apoiado pelo PROCULTURA, que tem por objetivo a promoção do emprego e atividades geradoras de rendimento no setor cultural dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa e Timor-Leste.
Por: Gil Gune