A XHUB- Incubadora de negócios Culturais e Criativos acolheu na noite do último sábado, 11 de Junho de 2022, um concerto musical do Vintani Nafassi e sua banda.
O Espetáculo contou com a participação da direção do XHUB, representantes da vereação da cultura do município da cidade de Maputo, amantes do teatro e musica, grupos de teatro nacionais e internacionais. O concerto acústico teve um reportório de 10 músicas cantados exclusivamente em Ximagonde e outras línguas bantus da africa do sul e de Gana, respectivamente.
O espetáculo que aconteceu na XHUB- Incubadora de negócios Culturais e Criativos fazia parte do seguimento das actividades inseridas no programa da 18ª edição do Festival Internacional de Teatro de Inverno que no presente ano foi realizado em duas cidades, Beira e Maputo.
A banda que animou o público presente no espaço reservado a espetáculos e restauração do XHUB contou com Vintani Nafasse – voz principal e a tocar adongo, mbira e Guitarra, Domingos Algema – Coros e viola baixo, Aníbal Celestino – Guitara solo e Frank Amana – Bateria.
As músicas que fizeram parte do reportório narram diversas histórias que caracterizam a sociedade moçambicana desde o amor ao próximo, a vivência entre culturas e povos.
Foi possível ouvir na musica Xidukuluwango cantada em Ximakonde a narrar uma historia de conversa que tem dois actores, neste caso, um senhor de idade e o seu neto que lhe aconselhava a seguir as fases da vida de forma correcta para que não sinta necessidade de voltar ao passado para cumprir com uma das fases, por isso, diz num dos refrão que é preciso “respeitar as fases” e ressalta para que cada seja “vivida como deve ser”.
Notamos um momento bastante animado durante o concerto quando o publicou animou-se e dançou numa das músicas cantada numa língua típica da africa do sul com uma tónica de um assunto pejorativo para quem não conhece o significado de “Molwene”. Geralmente no sul de moçambique na tradução livre considera-se Molwene indevidos sujos ou Aquelas pessoas que vivem de nas lixeiras em contra partida na Africa-do-sul tem um significado de diferentíssimo que é uma saudação. Neste caso, a música surgiu para ser mais um instrumento de repúdio aos actos xenófobos que ciclicamente acontecem na terra do rande contra moçambicanos, Zimbwabianos, Nigerianos e outros que lá vão a busca de melhores condições de vida.
É também assunto de destaque para Vintani Nafasse a forma de ser e estar na sociedade tanto é que numa das músicas fala dos “estilos” que as pessoas tem, de tal modo que, apela para que as diferenças sociais não criar ou abram espaços para que haja preconceitos instalados.
O festival Internacional de Teatro de Inverno é realizado pela Associação Girassol e anualmente abre um processo de candidatura para novas companhias de teatro submetam suas propostas para fazerem parte da única amostra internacional de teatro realizada em moçambique e também abre espaço para criação de intercâmbios culturais através da diversidade de actividades que são realizadas em paralelo. Numa outra perspectiva, o festival realiza sessões de conversa, designados PapuKultura, com fazedores de teatro, jornalistas, amantes das artes e críticos culturais com objectivos de massificar, partilhar experiencia e colher novas sensibilidades relacionadas com o negócio de peças teatrais e criação de mercados nacionais e internacionais.
Vintani Nafasse é membro da Companhia Nacional de Canto e Dança, bailarino, percussionista profissional foi também professor de música e dança no Zimbabwe e actualmente trabalha principalmente como coreógrafo, músico e compositor.
De realçar que a sua sonoridade e composição rítmica tem uma influência baseada na sua investigação musical africana e dos países que já viveu como é o caso da África do Sul, Zimbabwe, Suazilândia, Brasil, China e Saint Dennis – Ilha da Reunião.
Por: Gil Gune