Realizou-se hoje, 11 de Fevereiro, na X-Hub – Incubadora de Negócios Criativos, a conferência de imprensa do Programa de Incubação Artística, contando com a presença de Júlia Novela, Directora Executiva da Khuzula Investments, Clémence Bessière, Conselheira do Serviço de Cooperação e Acção Cultural da Embaixada de França em Moçambique (SCAC), José-Maria Queirós, Director do Centro Cultural Franco-Moçambicano (CCFM), Xixel Langa e Ellputo, em representação dos formadores do projecto, e as bandas seleccionadas para esta primeira edição.
O Programa de Incubação Artística é uma iniciativa da Khuzula, financiada pelo Fundo Création Africa – Moçambique, da Embaixada de França em Moçambique, em parceria com o CCFM e implementada pela XHUB. O objectivo é impulsionar a economia criativa local, proporcionando aos artistas das províncias (excepto Maputo) um espaço para o desenvolvimento e aperfeiçoamento das suas competências, através de formações em produção musical e técnica, gestão de carreiras, direitos autorais, marketing e promoção.
A formação, que teve início a 10 de Fevereiro e decorre até 10 de março, envolve cinco bandas: Marove, Groove Land e Marimbas (Nampula), Kassimbos (Niassa) e Timbila Groove (Inhambane).
Durante a conferência, Júlia Novela explicou o rigoroso processo de selecção das bandas, destacando o facto de serem provenientes de províncias fora da capital, a inclusão feminina em cada uma das bandas e a demonstração de qualidade técnica. No entanto, reconheceu que, devido ao défice de mulheres no sector, não foi possível atingir plenamente o objectivo de garantir uma representação feminina mais significativa em todas as bandas.
Clémence Bessière sublinhou a importância do investimento feito pela Embaixada de França no sector cultural moçambicano através do Fundo Création Africa – Moçambique. Este programa de incubação é apenas uma das acções previstas, que inclui também a criação de uma escola técnica, um programa de mobilidade internacional para profissionais de moda, um ciclo de conferências e workshops em várias áreas artísticas, além da restauração de uma obra do património sagrado da Ilha de Moçambique.
José-Maria Queirós abordou a questão da localização geográfica de Maputo, no sul do país, que limita o acesso dos artistas das outras províncias a várias oportunidades culturais. Esta incubadora surge, precisamente, para colmatar essa lacuna, oferecendo aos artistas das províncias a chance de explorar e desenvolver o seu talento fora do circuito habitual da capital. Para o director do CCFM, é fundamental descentralizar o acesso a oportunidades, para que todos os artistas tenham as mesmas condições de crescimento e projecção.
Xixel Langa, mentora de produção musical, expressou a sua satisfação por fazer parte do processo de formação e sublinhou a importância de capacitar as bandas para que possam gerir as suas carreiras de forma autónoma, com uma especial ênfase na internacionalização. A mentora destacou que este é um dos maiores desafios dos artistas moçambicanos, uma vez que a internacionalização exige uma abordagem estratégica e sólida na gestão das suas carreiras e na promoção do seu trabalho.
As bandas envolvidas estão satisfeitas pela oportunidade de participarem neste programa e expressaram o seu entusiasmo para explorar as novas competências adquiridas e aplicar os conhecimentos adquiridos na sua carreira artística.
Esperamos que, com estas açcões, possamos contribuir para a criação de um ecossistema artístico mais inclusivo, inovador e sustentável em Moçambique, garantindo que os artistas das províncias tenham as ferramentas necessárias para crescer e conquistar novos espaços no mercado global.